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Sinte-PI elege nova diretoria na próxima segunda-feira; veja propostas!

A professora Lourdes Melo é candidata a presidente do Sinte-PI
 pela chapa 3 (Foto: Assis Fernandes / O DIA)
Na próxima segunda-feira, 19 de junho, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Piauí (Sinte-PI) realiza a eleição para a escolha da diretoria que ficará à frente da entidade pelo próximo quadriênio.
Três chapas disputam o pleito. A chapa 1 é encabeçada pela professora Paulina Almeida, que tem o apoio da professora Odeni Silva, atual presidente do Sinte-PI, e que está à frente da entidade há quase 14 anos.
A chapa 2 tem como candidato a presidente o professor Maklandel Aquino, que já foi candidato a prefeito de Teresina e governador do estado pelo PSol. Por fim, a chapa 3 é encabeçada pela professora Lourdes Melo, que também já disputou os cargos de chefe do Executivo na capital e no estado, pelo PCO.
Lourdes Melo afirma que a chapa 3 tem como propostas principais a recuperação de direitos perdidos pelos trabalhadores em educação durante as últimas décadas. Para a professora, essas derrotas ocorreram porque a atual diretoria, que está à frente do Sinte-PI há mais de 25 anos, apresentou uma postura complacente com o Governo do Estado em muitas ocasiões. 
"Nas eleições do Sinte-PI, sempre predomina o poderio econômico da atual diretoria, que está há mais de 25 anos à frente do sindicato. É um sindicato rico, que arrecada cerca de R$ 10 milhões por ano. E nós estamos participando desse pleito, enfrentando todas as adversidades, para dizer que este é um momento de debate, onde a gente faz um diálogo com os trabalhadores e apresentamos as nossas propostas de luta, em defesa dos direitos dos trabalhadores. Porque a direção que está lá é uma direção carcomida. Já deu o que tinha de dar. É preciso renovar", afirma Lourdes Melo.
A candidata a presidente do Sinte-PI pela chapa 3 acrescenta que, paralelamente à luta interna pelos direitos dos trabalhadores da educação, seu grupo também está realizando um movimento em favor da democracia e contra o que ela chama de "golpe de Estado que está em curso no Brasil", desde que atual presidente Michel Temer (PMDB) assumiu o comando do Poder Executivo no país. "As nossas reivindicações imediatas são prejudicadas com o golpe. A aposentadoria especial que nós temos está sendo ameaçada. A terceirização total proposta pelos golpistas prejudica até a realização de concursos públicos. Sem falar na intenção dos golpistas de privatizar os serviços públicos nas áreas de saúde e educação", afirma Lourdes Melo, acrescentando que outra proposta nociva que tramita no Congresso Nacional é o projeto de lei conhecido como "Escola sem partido", que prevê regras para proibir os professores de tratarem sobre política em sala de aula.
Lourdes Melo critica o fato de a atual diretoria ter lançado o edital da eleição muito próximo da data da votação - cerca de um mês de antecedência -, o que impediu que as chapas de oposição fizessem uma campanha satisfatória, sobretudo por se tratar de um estado com 224 municípios e com grande extensão territorial.
Ela também levanta suspeitas sobre a lisura do pleito, uma vez que a comissão eleitoral é formada quase que exclusivamente por pessoas ligadas à chapa da situação.
Maklandel Aquino, da chapa 2, opina que os trabalhadores em educação estão sendo desrespeitados sistematicamente pelas últimas gestões que se sucederam à frente do Governo do Piauí.
O professor Maklandel Aquino (Foto: Assis Fernandes / Arquivo O DIA)
"É uma oposição justamente para resgatar o sindicato para as lutas, para realizar nossos sonhos de valorização, de respeito, uma vez que a categoria anda longe de ser respeitada como deveria, em virtude de a direção atual ser responsável por inúmeras perdas ao longo dos quase 30 anos em que está à frente do sindicato. Eu cito o fim da regência, o fim da licença prêmio e a destruição do Plano de Cargos e Carreiras dos trabalhadores em educação do Piauí, que é um dos piores do Brasil, segundo a própria presidente do CNTE [Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação]", pontua Maklandel.
O candidato da chapa 2 diz, ainda, que o sindicato precisa recuperar sua credibilidade junto à base, e que uma de suas prioridades, caso seja vitorioso, será estimular a filiação dos trabalhadores à entidade, bem como uma participação mais intensa das categorias nas assembleias do Sinte-PI. "Nós vamos recuperar essa credibilidade ouvindo, dialogando, propondo, construindo juntos um novo Plano de Cargos, Carreiras e Salários, que seja capaz, efetivamente, de valorizar os trabalhadores em educação. Não só os professores, mas também os operacionais e os administrativos", ressalta Maklandel, acrescentando que o sindicato não pode estar "vinculado ao governo", pois isso gera perda de direitos.
"Queremos democratizar a gestão do Sinte. Ouvir as categorias, dialogar com as categorias em cada ponto de trabalho no estado do Piauí. Vamos também fiscalizar os recursos públicos da educação, denunciar os desmandos na utilização desses recursos, pressionar a Assembleia Legislativa na elaboração das leis orçamentárias, para que o setor receba mais recursos. E vamos incentivar a formação dos trabalhadores", conclui Maklandel.
A professora Paulina Almeida, da chapa 1, diz que pretende continuar fortalecendo os profissionais da educação, com foco no tripé formado por um piso digno, boas condições de trabalho e formação inicial e continuada dos profissionais.

A atual presidente Odeni Silva, e a candidata da chapa 1, Paulina Almeida (Foto: Divulgação)

Como os demais candidatos, Paulina também afirma que pretende defender a reformulação do PCCS, que é de 2006, e, segundo eles, está defasado. Além disso, a candidata da chapa 1 acrescenta que, se eleita, vai cobrar a realização de melhorias nas escolas de tempo integral do estado.
"A gente percebe que os profissionais que atuam nas escolas de tempo integral não têm boas condições de trabalho nem são devidamente valorizados. Por exemplo, a gratificação paga a esses profissionais é a mesma desde que a escola em tempo integral foi implantada no Piauí, no ano de 2009, ou seja, está totalmente desvalorizada. E é preciso melhorar as condições de trabalho para que as escolas realmente funcionem, do jeito que é o projeto de tempo integral em em Pernambuco e nos países desenvolvidos", salienta Paulina Almeida.
A candidata da chapa 1 diz que, se eleita, vai também buscar uma renegociação do reajuste salarial dos professores acertado com o Governo do Estado para este ano, que prevê um aumento de 6,29% parcelado em duas vezes - sendo a metade do percentual implantado já este mês e a outra metade apenas em janeiro de 2018.
"Na verdade, nós não estamos conformados, e vamos lutar para que esse restante de percentual para o segundo semestre deste ano. Vamos também lutar pelo reenquadramento dos nossos profissionais, que é uma valorização baseada no currículo do trabalhador. Isso já vem sendo protelado há muito tempo. Viemos fazendo essa discussão mas precisamos que ela avance", afirma Paulina, acrescentando que também vai lutar pela manutenção da paridade e da integralidade dos salários dos aposentados.
Odeni Silva garante que eleição segue o regimento e não há possibilidade de haver fraude
A atual presidente do Sinte-PI rebateu as críticas feitas pelos candidatos das chapas de oposição, afirmando que nas suas gestões o sindicato conseguiu várias conquistas para os professores e para as demais categorias ligadas ao sindicato.
"Os candidatos de oposição deveriam fazer o debate de propostas. No entanto, as oposições no Sinte só fazem críticas, acusam e não nos ajudam na luta. O Sinte tem muitas conquistas. Nós somos o único estado em que houve todos os ajustes do piso salarial, de 2008 pra cá. E isso não foi obtido pela bondade do governo não. Foi pela luta. Além disso, como nós podemos ser complacentes com o governo se nós somos um dos sindicatos que mais fazem greve no Brasil", questiona Odeni Silva.
"O Sinte é uma entidade autônoma, independente. Agora, nós temos o diálogo como princípio. E as oposições do Sinte não têm diálogo nem entre elas mesmas", acrescenta.
Odeni também assegura que não há possibilidade de haver qualquer tipo de fraude na eleição do sindicato. "O regimento é estatutário e foi aprovado em assembleia geral da qual todos eles participaram. Se eles não têm votos e não têm pessoas que concordem com as posições deles, é outra coisa [...] Eu tenho certeza que não haverá [fraude], mas é um direito deles recorrer caso haja, o que eu tenho certeza que não vai ocorrer, porque há muita democracia no trabalho da comissão eleitoral", conclui Odeni Silva.
Cícero Portela

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