Graças ao bom Deus termina hoje o horário eleitoral no rádio e na TV. Nada contra, nem a favor.Muito pelo contrário. Acompanhei os programas, mais do que das outras vezes, em busca de algo novo que pudesse encher de esperanças este coração cansado de guerra. Nada surpreendeu-me, até porque já não me surpreendo com tão pouco. Constatei apenas que aqui, do lado debaixo do equador, a mesmice é imperativa.
Mas, agora, falando sério, de todos os debates e programas eleitorais, o que ficou na sua cabeça, eleitor, que possa lhe empurrar a uma profunda reflexão? Afinal, o que chamou mais à sua atenção? as tais “propostas de governo”, ou as acusações mútuas, popularmente chamadas “lavagem de roupa suja”?
Sabe-se que estas tais “propostas” são viagens da mente nem tanto criativas de marqueteiros, pagos a peso de ouro para sonharem e colocarem suas fantasias na boca dos candidatos.Estes, empavonados diante de câmeras, acham-se onipotentes e põem-se a mentir, deslavadamente, aos eleitores, fazendo promessas que nunca, em tempo algum, irão cumprir.
Vamos “avançar”?!
Olhemos agora apenas a situação da campanha no Piauí. Você acha, por exemplo, que com os débitos existentes no governo do Estado; com os compromissos assumidos pelo candidato à reeleição, Wilson, em troca de apoios de “lideranças” políticas doidas por uma boquinha, o governador vai poder “avançar” como tanto fala o candidato? Avançar em quê? Nos salários dos servidores?No dinheiro da educação e da saúde?E como pagar todos esses cargos comissionados contratados após a saída de Wellington Dias, dizem que em troca de votos? E as quase 50 secretarias de Estado e outras funções que hão de surgir no trem da alegria, para empregar parentes, amigos, afilhados e aderentes dos que fazem o tal panelão?!Pessoalmente, tenho muito medo que avancem também no meu salário de professor, efetivo, diga-se.
Mas, voltando ao assunto de cima: os sábios e experts em política aconselham que devamos não só conhecer os candidatos e suas propostas, mas também sua vida pregressa, seu passado, o que fizeram à frente de funções públicas que eventualmente tenham assumido. E aí é que vem a outra parte, que errôneamente chamam “lavagem de roupa suja”, mas que são, rigorosamente, claras constatações. Aliás, nenhum homem público sério, iria inventar, em pleno século XXI, fatos sobre um adversário que não pudesse provar, principalmente mostrados numa cadeia de emissoras de TV.
Comparações necessárias
Sinceramente, cá entre nós, pelo que vimos, dos candidatos ao governo do Piauí Wilson Marins e Sílvio Mendes, quem, de fato, tem um histórico de vida pública mais equilibrada, coerente, ética? Comparemos os homens públicos, suas ações e atitudes já demonstradas. Quem tem avidez pelo poder? Quem tem mais “pinta” de alpinista da política?
O ser humano
Imaginemos que o eleitor se convenceu de que Wilson Martins é esta montanha de otimismo que pregou. Mas esse otimismo, contagiaria, por exemplo, aquelas famílias vítimas da Barragem de algodões, que continuam sem casas, desamparados, sem solidariedade humana de parte dos governantes, inconsoláveis ainda pelas perdas de familiares e com dificuldades até para a alimentação básica?
Usaram e usam os pobres; aproveitam as suas fraquezas e desinformação para iludií-los. E isso é desmumano.
Agora, é pessimista o Sílvio Mendes quando mostra que seu adversário foi mal gestor? É pessimista o Silvio Mendes quando cobra do adversário governador a realidade sobre as finanças do Estado? Quanto é débito do governo junto aos credores?Quanto o Estado arrecada? E mais: Pode-se acreditar no governador candidato que se diz preocupado com a educação, onde promete fazer milagres, quando não resolveu o problema urgentíssimo da situação de sucateamento da Universidade Estadual? Silvio é pessimista ou realista?!
Mas, negrada, votem em que quiserem. Apenas externei o que penso, o que é um direito meu. Mas, lembrem-se: “Cada povo tem o governo que merece”. Depois de domingo, a Inês é morta.
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