Eleitores, vamos enganar os candidatos?

O mal da gente procurar sempre estar bem informado, acompanhando a vida do nosso país, dos nossos políticos e o que andam fazendo, é a amargura que dá quando nos aproximamos de um novo pleito eleitoral.

É um misto de revolta e angústia, um sei lá o quê que nos faz meio impotentes.

      Por mais que ouçamos pessoas passarem a vida toda reclamando dos políticos em geral, a maioria da população termina sempre por premiar, com mais um mandato, uma leva enorme de pessoas que, na campanha, aparecem travestidos de “cidadãos respeitáveis”, mas não passam, na verdade, de honoráveis bandidos, sempre a enganarem a boa fé de nossa gente.

       Poderíamos muito bem aproveitar a chance que a democracia nos possibilita e botar pra fora todas as decepções que acumulamos ao longo dos anos, votando apenas em pessoas que nos passassem um mínimo de confiança. Disséssemos NÃO, sempre, sem nenhuma concessão, àqueles que já tiveram suas oportunidades e, por incompetência ou mau caratismo, meteram os pés pelas mãos e fizeram do mandato um meio de empregar amigos e parentes com cargos no governo, na Assembléia Legislativa ou no Congresso Nacional. Isto quando não foram pilhados metendodinheiro nos bolsos, nas meias e nas cuecas, fruto de propinas, sobra de obras superfaturadas.

        E o pior é que disputando a eleição, lá estão eles com suas mulheres, seus filhos e irmãos também disputando mandatos, talvez tendo como slogan “família que rouba unida fatura mais”.

Vamos enganá-los também?!

         Nós, pobres eleitores, já tão sofridos e decepcionados, mais uma vez estamos sendo chamados para o banquete democrático de domingo, quando iremos votar. Título eleitoral já nem é necessário. Mais uma vez a justiça carcomida do nosso pais mudou as regras do jogo, a seu  bel prazer, obedecendo as conveniências de governantes que indicam nossos garridos juízes para a Suprema Corte.

           Por que votar sempre nas mesmas pessoas para a Assembléia Legislativa? Há quanto tempo lá estão Kleber Eulálio, Themístocles, Warton Santos, e tantos outros, afora os mais novos que substituem os pais como Nerinho, Mardem Meneses e Moraes Sousa Filho?

             A mesma coisa vale para a Câmara Federal, onde lá encontramos há anos Marcelo Castro, Átila Lira, Júlio César... Vamos enganá-los desta vez? Por que não experimentar o novo? Não o novo pelo novo, mas o novo competente, que deu mostras em alguma função de que estuda, pensa, tem idéias próprias, não é um mero ventríloquo, como tantos candidatos que aí estão, falando bobagens, disputando um mandato.

               Candidatos como José Maria Monção, de Cocal, por exemplo, que foi preso, acusado de malversação do dinheiro público, pode, de repente,ser eleito. E aí, como fica a nossa cara?

                 Dizem que tem candidato nesta campanha que deu dinheiro a olhos vistos, apesar das proibições da lei (nunca nenhum deles me enxergou!). Por que votar nessa gente? O troco seria votar na decência, no respeito à legalidade. Quem é desonesto na campanha, quando ainda não tem mandato, como será depois de conquistá-lo?

Acreditar no novo

              Tem tanta gente boa, que não seja um gaiato qualquer, que merece uma chance. É só olhar em volta, pedir uma opinião a quem sabe dar.... Vamos votar em gente que disputa um primeiro mandato, se preparado for. E até reeleger alguns, se competência, honestidade, e hombridade demonstraram.

               Vou votar cheio de esperanças e expectativa. Na segunda feira, agradecer a São Francisco pela vitória dos eleitos e lamentar também por aqueles que premiaram bandidos com mandato, assegurando-lhes a imunidade e, consequentemente, a impunidade também.

                 Chega de roubalheira, tráfico de influência, impunidade a quem merece estar na cadeia. Jogar o lixo pra debaixo do tapete neste país está virando regra. Isso é preocupante. Votemos livre. A democracia agradece.

Fonte: Bernardo Silva