Parnaíba precisa da "Casa dos Conselhos?"

A prefeitura Municipal vai alugar, brevemente, mais um imóvel para instalar a “Casa dos Conselhos”, onde estarão funcionando todos os Conselhos Municipais existentes na cidade. Do Conselho Tutelar ao de Assistência Social, passando pelo Conselho do Idoso até o Conselho Municipal de Saúde.

       São ao todo cerca de 15 Conselhos, grande parte sem atuação alguma – meras peças de ficção. “A intenção é juntar todos num só local para melhor ajudá-los, colocando-os para funcionar. Vamos procurar dar uma dinâmica de atuação a todos, ao tempo em que estaremos formatando novos projetos a serem implementados na cidade”, afirma o atual presidente do Conselho Municipal de Assistência Social, Humberto Alencar, que deverá assumir a coordenação da Casa, com a supervisão da titular da Secretaria do Desenvolvimento Social e Cidadania (SEDESC), Valéria Castelo Branco. Tudo é para funcionar até o mês de abril próximo.

A situação atual

       Na verdade ouve-se falar muito nos Conselhos Municipais, mas muito pouco no que fazem ou realizam. A partir do Conselho Tutelar, que cuida dos problemas envolvendo crianças em situação de risco. Aliás, ao que consta, são dois Conselhos, que funcionam sem estrutura mínima, para o tamanho dos problemas que têm que ter solução. Problemas que vão da exploração sexual à situação de pedintes em que ainda vivem alguns.

       O Conselho de Saúde, há quanto tempo não se reúne? E é porque problemas na saúde é o que não faltam, conforme a população toda conhece e de cuja situação todos reclamam. E sabem quem é o presidente do Conselho? É o médico Fares José, atual diretor geral do Heda – Hospital Dirceu Arcoverde.

       O Conselho Municipal de Transportes, também há bastante tempo deixou de existir. O seu  presidente deveria ser, como sempre foi, o secretário de transportes, no caso, o ex-vereador Gentil Linhares, que, acho eu, sequer sabe da existência dessa função de sua responsabilidade.

       Aliás, quando o Partido dos Trabalhadores tinha pobres nos seus quadros e que não conheciam o poder do vil metal, os meninos viviam provocando reuniões, “plenárias” , reivindicavam coisas, enfim, não existia o marasmo atual. Agora com apetralhada em cargos de salários gordos, não incomodam ninguém,  porque também não querem ser incomodados. 

        E o Conselho do Idoso? Quantos problemas não envolvem esse povo da terceira idade, a partir da humilhação que sofrem nos coletivos, onde não respeitam seus direitos? E por aí vai...

       A Casa dos Conselhos  servirá para fazer valer a existência desses órgãos? Em caso positivo, parabéns. Do contrário, é melhor deixar quieto.

A nova prefeitura

       O prefeito José Hamilton foi quem conseguiu, junto ao governador de então, Freitas Neto, a doação daquele prédio da Rua Itaúna, onde funcionava o antigo Serviço Social do Estado, SERSE, para funcionar o atual Centro Administrativo, porque a antiga sede da prefeitura, hoje Câmara Municipal, estava pequena para o tamanho da estrutura administrativa do município. Isso na primeira gestão, nos idos de 1993/1996.

       Agora, José Hamilton garante que em 2012 vai entregar a  prefeitura ao seu sucessor, “seja ele quem for”, em um novo prédio. Segundo o prefeito, a área já foi escolhida e fica na avenida Francisco Borges dos Santos.”Deverá ser feito um financiamento de 3 milhões de reais, com mais dois milhões do município, estaremos construindo uma sede moderna, ampla,  onde todos os trabalhos serão concentrados num mesmo lugar”- diz o prefeito.

       Segundo o prefeito, atualmente a prefeitura paga algo em torno de 50 a 60 mil reais por mês de aluguéis de prédios para funcionamento de algumas secretarias municipais, que não cabem mais no Centro Administrativo."Com o financiamento, estaremos com uma sede nova, moderna, onde todos os trabalhos serão concentrados, e o município deverá ficar pagando somente algo em torno de 45 mil reais com o financiamento", explica."Sem contar que nos prédios alugados ainda tínhamos despesas com reformas, recuperação e limpeza", diz.

        Em contrapartida, com a nova sede não haverá mais necessidade de aluguéis para abrigar órgãos municipais,  como é o caso agora da Casa dos Conselhos.

B.Silva