Roberto Kassab |
Não que o DEM tenha se acabado, contudo vinha definhando, e, de forma mais vexatória e acentuada, nas últimas eleições de 2010. O partido vinha sendo subtraído em função do assédio de outras agremiações as suas bases, do fracasso de lideranças nacionais, estaduais e municipais nas urnas e, principalmente, a postura intransigente de oposição aos governos petistas.
Em nível nacional, o PSD deverá disputar espaço com o PMDB, ou seja, ocupar brechas, trocando apoios administrativos com o governo federal em troca de votos assegurados por uma bancada expressíva de deputados e senadores no Congresso Nacional.
Em nível estadual já estão alinhados deste o primeiro momento com o governador Wilson Martins. Os deputados estaduais, Edson Ferreira e Juraci Leite já votam hoje nas matérias de interesse do governo na Alepi e não fazem qualquer tipo contestação.
Os deputados federais, Hugo Napoleão e Julio César, são agora só alegria, extamente porque imaginam retomar a boa vida do passado, ou seja, voltarem a serem cortejados pelo executivo, já que em nível municipal ainda possuem uma certa capilaridade, ancorada em muita gente que lhes devem favores e que estão ávidas por desfrutar novamente benesses do poder.
O diabo vai ser combinar toda essa lógica que move o PSD com os atuais anseios populares. Será que o povo continua o mesmo dos tempos da Arena e do PFL? Será que a lógica que alimenta a teia de troca de favores não está enfraquecida? Será que o voto de opinião não vem crescendo? Será que o PSD não passa de um partido com postura ultrapassada, apenas com uma roupagem nova?
Basta pesquisar as votações nas últimas três eleições de muitas lideranças do DEM e, que hoje estão com os dois pés no PSD, para constatar que suas votações nas urnas estavam em declínio, enquanto que aqueles que deram o pulo do gato antes, ou seja, mudaram para partidos da base de sustentação dos governos Lula e Wellington, reverterem a queda e, o pior, muitos voltaram a se achar novamente grandes lideranças.
Afinal o que o PSD defende sobre reforma agrária, reforma urbana, reforma política e a reforma tributária? a reforma sindical e trabalhista? a jornada semanal de trabalho? taxação das grandes furtunas? os lucros astronômicos do setor financeiro? o controle social do Estado? Percentuais do PIB em termos de investimentos públicos nas áreas de educação, saúde, segurança pública?
Acessepiaui
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