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Piauí vai produzir frutas exóticas no sertão


Dos dez tipos de fruteiras exóticas que a Empresa Brasileira dePesquisa Agropecuária (Embrapa) vem testando em sua fazenda experimental de São João do Piauí, a 450 quilômetros de Teresina, pelo menos uma, o figo, apresenta desenvolvimento satisfatório e indica condições de ser produzido na região em escala comercial.
Segundo o pesquisador Lúcio Flávio Lopes Vasconcelos, responsável pela pesquisa, a lichia e a pupunha, que também estão sendo testadas na fazenda, têm apresentado resultados satisfatórios, mas há necessidade de um período maior para uma avaliação definitiva. Fruteiras como pera, oliveira, pêssego, ameixa e maçã até agora não conseguiram se adaptar ao solo e ao clima da região.

Lúcio Flávio, que desde 2008 comanda as pesquisas em São João do Piauí, acredita que figo, pupunha e lichia terão rendimento suficiente para garantir o cultivo de grandes áreas nofuturo. “O figo já entrou em seu segundo ano de produção, chegando a 20 toneladas por hectare. É um resultado animador“, acrescenta.
Originária da Arábia, de onde foi difundida para a Europa e para a América, a figueira é uma das mais antigas espécies cultivadas. É uma árvore bastante ramificada com até dez metros de altura, mas que raramente ultrapassa os três metros, em função de podas drásticas constantes. Sua vida útil está em torno de 30 anos.
O figo é consumido verde, na forma de doces, e maduro, ao natural. É rico em açúcar, contém sais minerais, cobre, potássio, magnésio, sódio e zinco e se destaca também por ser um dos frutos de clima temperado que possui mais cálcio. No Brasil, o figo é produzido no Rio Grande do Sul e em Minas Gerais.
A experiência com a pupunha começou há apenas um ano e meio, mas o desenvolvimento da planta já anima o pesquisador. A pupunheira é uma palmeira que pode atingir a 20 metros de altura e é utilizada pela agroindústria do palmito. Dada a sua boa adaptação a solos pobres, excelente resposta ao manejo, precocidade, perfilhamento e qualidade do palmito a plantação vem se consolidando como negócio viável.
A lichia, outra fruteira que vem se adaptando bem no sertão do Piauí, é originária da China, onde é considerada a fruta nacional. É uma árvore subtropical com até 12 metros de altura e de grande longevidade. Os frutos são produzidos em cachos e podem ser consumidos ao natural, para a fabricação de sucos, entre outros.
Lúcio Flávio ainda não se deu por vencido em relação às outras fruteiras. No caso da maçã, por exemplo, ele pretende esperar mais uns dois anos para uma melhor avaliação e depois mexer na fisiologia da planta. “A maçã é cultivada em regiões frias, bem diferentes da nossa. Talvez tenhamos que alterar sua raiz para uma melhor adaptação”, explica.
Lúcio Flávio- Pesquisador da Embrapa(Foto: Francisco Leal)

Em relação às experiências com oliveiras, o pesquisador da Embrapa diz que é preciso esperar mais, pelo menos até 2015, quando se completará o período necessário de seis anos. A experiência com este tipo de fruta em São João do Piauí começou em 2009.
A oliveira é um a planta de clima temperado quente. Seu fruto, a azeitona, é utilizado para produzir o azeite de oliva, obtido do processamento de seu caroço. O Brasil é totalmente dependente da importação para o abastecimento interno de azeitonas e azeite.

Francisco Leal

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