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Em Teresina, Zico volta a estádio que quase marcou seu adeus ao futebol

Zico em 1981. Seis anos antes, sua carreira poderia ter sido interrompida por conta de um lance na partida entre       Flamengo e Tiradentes-PI pelo Campeonato Brasileiro de 1975 (Foto: Agência O Globo)
Como diz trecho da música ‘Camisa 10 da Gávea’, do rubro-negro Jorge Ben Jor: “O galinho de Quintino chegou ô ô ô”. Artur Antunes Coimbra, o eterno Zico, viaja a Teresina para participar de uma partida amistosa contra um combinado de River-PI e Flamengo-PI, em comemoração ao seu aniversário de 60 anos. O jogo acontece na quinta-feira (21), às 20h30, no estádio Albertão, na zona Sul da capital piauiense.
Esta, no entanto, não é a primeira vez que o Galinho visita o Piauí. Pelo contrário. Zico esteve quase uma dezena de vezes no Estado. Em três delas, ele atuou pelo Flamengo em partidas oficiais. O retrospecto do craque em campos piauienses é favorável: duas vitórias (3 a 2 contra o Flamengo-PI, em 1976; e 3 a 1 contra o Tiradentes, em 1983) e uma derrota.
O tropeço em Teresina, no entanto, ainda vive na lembrança do maior ídolo do Flamengo. No jogo do dia 29 de outubro de 1975, Zico saiu machucado, com um corte na altura da coxa. Então com 22 anos, o futuro camisa 10 da Seleção Brasileira ficou fora do futebol por quase dois meses por causa do lance. O autor da falta lembra ainda hoje detalhadamente o que ocorreu e alega que não fez por maldade.
- Eu tinha apenas 17 anos de idade, estava no segundo ano de minha carreira e dividi a bola com o Zico de forma normal. O problema é que a bola quicou alto e, quando eu levantei a perna para tirá-la do Zico, que estava avançando pela direita, atingiu bem em cima da sua coxa, provocando um corte – explica Antônio Carlos, mais conhecido como Bitonho.
Ex-lateral esquerdo do Tiradentes-PI, River-PI, Flamengo-PI, Moto Clube, ASA e Botafogo-PB, Bitonho lembra que, logo após o choque, a coxa de Zico sangrou muito. O Galinho não teve mais condições de retornar ao jogo. Júnior e Adílio foram para cima do piauiense, que simplesmente pediu desculpa ao jogador pelo lance.
- Na mesma hora, eu pensei: ‘Minha nossa! Machuquei logo o homem’. Mas não tinha mais o que fazer a não ser pedir desculpa. Não fiz por maldade. Foi um lance do jogo. Até porque, além do Tiradentes-PI, sou torcedor do rubro-negro carioca – destaca.
Até o momento da contusão, que aconteceu ainda no primeiro tempo, o Flamengo vencia o Tiradentes-PI por 1 a 0. Mas, com a saída de Zico, o time piauiense reagiu, com dois gols de Leal, e virou o placar, vencendo no final por 3 a 2. A festa no Estádio Albertão foi imensa, pois um time do Estado havia derrotado o todo poderoso rubro-negro carioca. A partida era válida pela segunda fase do Campeonato Brasileiro de 1975.
- Mesmo assim, eu só pensava no jogo de volta. Tudo porque achava que eles não iriam esquecer o lance e tentar revidar, não sei. Porém, nada disso aconteceu. Os jogadores do Flamengo foram profissionais e deram a resposta dentro de campo, nos vencendo por 4 a 1 – comenta Bitonho.
Desde o episódio até hoje, Bitonho não teve a oportunidade de ficar frente a frente com o Galinho de Quintino. Ele ainda foi ao Estádio Albertão em 2011, quando Zico esteve em Teresina pela última vez, para partida amistosa com seus amigos, mas não teve como falar com o ex-camisa 10 da Gávea. Nesta quinta-feira, ele novamente não poderá ir ao estádio.
- Vou viajar no dia do jogo, mas queria muito ir e tentar falar com o Zico. Não para lembrar do ocorrido, mas para falar mesmo como fã e seu admirador. Até porque tudo isso já passou e a carreira dele continuou depois do lance. Ele é um dos melhores jogadores de todos os tempos – finaliza
João Henrique Bezerra

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