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Seca: burocracia é o maior entrave para prefeitos conseguirem recursos


O pequeno Município de Jundiá, localizado no agreste do Rio Grande do Norte, nunca foi atingido por uma seca como a dos últimos dois anos, segundo o prefeito, Beto de Isaias. Com pouco mais de quatro mil habitantes, o Município não vê chuva há meses e decretou Situação de Emergência e Calamidade Pública. “Nossa região nunca conheceu uma seca como está, mais de 50% dos rebanhos morreram, e já ouvi relatos de suicídio, pois o produtor perdeu tudo”, conta.

Em visita a Confederação Nacional de Municípios (CNM), ontem, 18 de abril, o prefeito que estava acompanhado de membros da Câmara dos vereadores, relatou à Agência CNM, que a burocracia é o maior entrave para conseguir os recursos contra a estiagem. “A União diz que liberou o dinheiro, mas os recursos nunca chegam à prefeitura. Não podemos ficar viajando para Brasília todo dia, o governo está vendo a situação da seca no Nordeste, é preciso facilitar para o prefeito conseguir os recursos”, denuncia.

“É preciso que o governo proponha ações mais imediatas, o povo está morrendo de sede e de fome, não pode esperar”, afirma Isaias.

Dois Estados em um

O prefeito ainda denuncia que existem dois Rio Grandes do Norte, o do Alto Oeste, para onde vão todos os recursos e projetos do governo e o Agreste que está em plano secundário. “Sou novo prefeito e não tive chance de tentar desenvolver meu Município, pois todos os nossos recursos estão sendo canalizados para amenizar o problema da seca”, reclama.

Sem recursos

O Município já estava com dificuldades financeiras por conta das sucessivas desonerações do governo e queda dos repasses, “não estávamos preparados para a seca”, admite Isaias.

Sem dinheiro no caixa, o prefeito deposita esperança nas soluções da União e está em Brasília para pressionar os parlamentares da bancada do Rio Grande do Norte a lutar por soluções mais rápidas.

Cansados de ações paliativas

Outro Município que também passa pelo mesmo problema é Itaú (RN) que sofre com a seca e com a falta de arrecadação. “Não precisamos de mais uma medida paliativa, é preciso uma medida efetiva, pois ano que vem vamos passar pelo problema novamente”, cobra o prefeito Ciro Bezerra.

Para o prefeito, o importante agora é fortalecer o Município, para que a arrecadação aumente e possa ter recursos para amenizar a seca e desenvolver a cidade “pois, é necessário prevenir o problema e trazer desenvolvimento”, acredita.

Ciro Bezerra ainda pediu apoio da CNM para otimizar o serviço de arrecadação do Município. “Estamos tentando contornar os problemas econômicos apostando na arrecadação. Vamos fazer um recadastramento do IPTU, informatizar o processo para conseguir atingir todo o Município e vamos reformular o código”, adianta.

Fonte: Agência CNM

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