Educaçâo

O candidato e a consciência do eleitor


Por Dirceu Cardoso

O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo recebeu 1441 pedidos de impugnação do registro dos 3500 candidatos que se inscreveram para as próximas eleições. A cena se repete nos TREs de todos os estados. Os pretendentes são agora intimados a apresentar defesa. Os questionamentos serão analisados e só depois disso é que ocorrerá a homologação das candidaturas. Muitos dos pretendentes – alguns com nomes nacionais – estão enquadrados na Lei da Ficha Limpa por já terem sido condenados em segunda instância. Outros têm contas rejeitadas, processos por improbidade administrativa e problemas diversos. Está ficando mais difícil para os errantes permanecerem na vida pública. Antes da Ficha Limpa, eles se valiam de intermináveis recursos, levavam seus problemas à prescrição e faziam carreira impunes.

Esse filtro aos errantes tornou-se necessário em razão do pouco comprometimento do eleitor em relação às eleições. Muitos deles só comparecem às urnas para evitar problemas com a justiça eleitoral e até se esquecem os nomes dos candidatos em quem votaram. Outros votam sem o menor comprometimento com a causa social e até com o próprio interesse, movidos por cabos eleitorais e propagandas. Mas isso não é tudo; o ideal seria que todos os votantes, desde já, procurassem saber quem são os candidatos, as vida pública e suas propostas para, a partir daí, decidir votar naquele que mais se assemelhe às suas aspirações. Esse seria o importantíssimo e natural filtro social. Se houvesse essa consciência eleitoral, nem teríamos necessidade do voto obrigatório, pois o eleitor estaria motivado a participar da disputa e eleger o seu candidato.

Não é muito difícil saber quem está com problemas de registro de candidatura. Basta navegar pela internet, pesquisar o nome de seu candidato e verificar se ele tem problemas ou se é do seu interesse. Com certeza, uma parte dos 1441 com pedido de impugnação vai conseguir o registro. É aí que a cidadania ganha importância. Bem informado, o eleitor terá condições de analisar se, mesmo obtendo registro, o candidato com tentativa de impugnação pode (ou não) merecer o seu voto. Dessa forma, até as brechas legais ou processuais deixarão de atrapalhar o processo eleitoral e de emporcalhar a cena política nacional.

Política é coisa séria e imprescindível, presente em todos os quadrantes da sociedade. Não adianta querer fugir dessa realidade. O eleitor é fundamental. Só sua consciência e participação podem eliminar muitos males, trazendo a moralização e a competência...

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