Os alunos da rede estadual de ensino estão sem aulas em parte das escolas do Piauí. Isto porque os professores cruzaram os braços na última segunda-feira (15) e reivindicam do Governo do Estado o pagamento integral do reajuste salarial de 11,33%. Enquanto o impasse continua, os estudantes deixam de cumprir a carga horária prevista.
Na unidade Escolar João Clímaco, no Centro de Teresina, os estudantes que chegaram cedo nos primeiros dias do ano letivo voltaram para casa sem assistir nenhuma aula. A falta de comunicação por parte da direção da escola gerou revolta em alguns alunos.
“A maior parte dos alunos mora longe e precisa vir de ônibus para a escola. Gastamos dinheiro à toa. Poderiam ter avisado”, reclamou a estudante do 2º Ano do Ensino Médio, Daniele Santos. “A gente fica até na dúvida, se tem ou não tem aula, porque uns dizem uma informação e outros dizem outra. Desse jeito fica complicado”, completou a estudante Vanessa Silva, também do 2º Ano.
Luís Henrique Santos é outro aluno que chegou cedo à Unidade Escolar João Clímaco. Ele esperava assistir aulas, mas foi surpreendido com a falta de professores, e diz ter voltado para casa decepcionado. “É meio complicado ter que se descolar até a escola para chegar aqui e não ter aula”, desabafa.
Alternativa
Na Unidade Escolar Benjamim Batista, também no Centro de Teresina, a adesão dos professores ao movimento grevista foi de quase 100%. Os cerca de mil alunos matriculados na instituição para o período letivo de 2016 foram dispensados pela direção.
A alternativa encontrada para preencher o tempo livre dos estudantes foi a realização de uma oficina de literatura no período em que aconteceriam as aulas. Quem optou por ficar na escola participa da atividade, os outros alunos foram liberados para aguardar a resolução do impasse, e o fim da greve dos professores da rede estadual.
“Um professor de fora da escola se dispôs a oferecer essa oficina aos alunos. Eles estão recebendo orientações sobre literatura e escrita criativa. É uma forma de preencher o tempo, e fazer com que eles ganhem novos conhecimentos”, explica a vice-diretora da Unidade Escolar Benjamim Batista, Doralice Lustosa.
Negociações
Hoje (17), os professores da rede estadual de ensino se reúnem em assembleia para discutir os rumos do movimento e a última proposta do Governo, que é de pagar, em fevereiro, os 4,5% do retroativo referente a janeiro; pagar 2,5% em agosto e o restante em novembro. “Nós estamos adiantando tudo para tentar resolver essa situação. Estamos aumentando para 4,5% o reajuste de janeiro, que era de 2%, e ainda estamos adiantando o pagamento da última parcela de dezembro para novembro”, explicou Franzé
Natanael Souza - Jornal O DIA
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