Depois de uma das maiores e mais profundas recessões já vividas pelo país, o Brasil, finalmente, começa a dar sinais de uma possível recuperação econômica. O sintoma mais evidente é a retomada de investimentos no setor de embalagens. Esse tipo de indústria funciona como um termômetro da economia. Se ela está investindo é porque vê indícios de que o parque industrial como um todo está confiante no aumento da produção.
Até lá, o caminho ainda será longo e penoso. É fato que a inflação está caindo, até mesmo por conta do desemprego e da consequente falta de dinheiro na carteira das famílias brasileiras. Com isso, os juros também entram em queda, a exemplo da taxa Selic ( referência para as demais taxas de juros) que hoje está em 12,25%, com perspectiva de chegar a 10% até o final do ano.
O que mais vai demorar a acontecer, no entanto, é a volta do emprego. Depois de perder mais de 12 milhões de postos de trabalho com carteira assinada, o Brasil espera ansioso para que os trabalhadores voltem a ter ocupação com renda fixa. As reformas encaminhadas ao Congresso, e as já aprovadas, como o teto dos gastos públicos, sinalizam um ponto de confiança para os empresários. É o que há de mais urgente para o país no momento.
O que preocupa é que a agenda política/policial possa comprometer a agenda de reformas que, por sua vez, implica diretamente na economia. Quando a população começa a se animar com alguma esperança de que o país está, enfim, voltando aos trilhos da normalidade, vem mais uma denúncia, escândalo, prisão, revelação, ou conchavo político para abafar tudo. Assim, fica difícil confiar.
Cláudia Brandão
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