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Porto de Luís Correia trará mais desenvolvimento para o Piauí

Considerada uma das obras mais estratégicas para o Piauí, o Porto de Luís Correia, pensado e planejado há mais de 30 anos, mas só agora em plena construção, promete ser um dos melhores portos brasileiros pela sua intermodalidade de rodovia, aerovia, ferrovia e hidrovia. Especialistas não temem em dizer que ele será um grandioso indutor de desenvolvimento para o Piauí.
O otimismo não é à toa. A obra é grandiosa. Só na construção do Porto, que se encontra na conclusão de sua primeira etapa - ao todo, a obra foi dividida em três etapas - serão investidos R$ 89 milhões, recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Os últimos R$ 25 milhões foram assegurados esta semana pelo governador Wilson Martins.
Na visita que fez a Brasília, o governador se reuniu com o ministro da Secretaria Especial de Portos da Presidência da República, Pedro Brito. Do encontro, saiu o termo de compromisso que garante o recurso já para a terceira e última etapa de conclusão do Porto de Luís Correia. O PAC já havia destinado R$ 64 milhões para a construção do Porto.
“É uma obra garantida, com total possibilidade de inauguração das primeiras etapas no início do próximo ano”, afirmou o ministro após o encontro. A terceira fase vai se desenvolver quase concomitante com a segunda, que terá os recursos liberados nos próximos dias.
Operações devem iniciar no segundo semestre de 2011

A previsão é que o Porto de Luís Correia entre em operação no segundo semestre de 2011. Todo o cronograma está sendo seguido e todos os prazos pré-fixados estão sendo atendidos. Segundo o engenheiro responsável pela empresa que trabalha na construção do Porto, cerca de 40% da obra já foi concluída.
O Porto foi dividido em três etapas e a segunda já está em licitação. O engenheiro Heitor Gil Castelo Branco, diretor do consórcio vencedor, ressalta que no Porto foram aproveitadas todas as estruturas que já existiam. “Lá já tinha uma estrutura de 5,4 quilômetros. Se fossemos começar do zero seria preciso um investimento inicial de R$ 400 milhões. É um preço muito alto, foi recuperado o que dava para recuperar e já avançamos em vários pontos”, revelou.
Segundo o engenheiro, nessa primeira etapa já foram concluídos vários itens colocados dentro da licitação. “Nós já recuperamos toda a parte inferior do cais existente. As estacas da parte inferior. Fizemos também toda a recuperação da parte superior, as vigas, e ainda procedemos sondagens de estudos dos concretos e fizemos a iluminação até a obra”, disse.
De acordo com o engenheiro foram recuperados ainda o acesso até o cais e agora está sendo feito a recuperação das estacas do módulo 2. "Com isso iniciaremos a concretagem do cais no sentido do módulo 2. Agora, o passo é cravar e concretar as estacas dos módulos 3 e 4. Isso conclui a primeira etapa”, disse.
Porto poderá receber 90% dos navios que operam no país
Até dezembro deve ser concluído o cais com 200 metros. É já na segunda etapa que será feito o reforço nas estruturas e a ampliação do cais de 12 metros para 16 metros. “Isso vai permitir ter um porto alfandegário que vai poder receber de 80% a 90% de todos os navios que hoje operam no país poderão atracar no Piauí”, revelou.
Ainda segundo ele, tem um projeto para funcionar com um calado de 12 metros. “O Porto de Luís Correia não vai deixar a desejar a nenhum outro porto do país”, comentou. Hoje, cerca de 100 operários trabalham diuturnamente na obra. Dois canteiros foram montados, um em terra e outro no mar.
Em terra: os trabalhadores desenvolvem os equipamentos para serem usados na cravação das estacas e nas captações das balsas. Estão sendo utilizados dois guindastes, um de 50 e outro de 70 toneladas; três balsas, uma de 40 toneladas, 200 toneladas e 400 toneladas e um bate estaca.
Piauí sai em vantagem



Para o secretário dos Transportes, Alexandre Nogueira, o Porto tem uma importância ímpar para o desenvolvimento do Estado e irá mudar a cara não só do Piauí, mas de toda a região Nordeste. “Essa era uma obra planejada desde a década de 70 e estava paralisada. Foi nesse governo que ela ganhou a importância que merece e, sem dúvida, será a obra que vai mudar o perfil econômico do Piauí. A concretização desse sonho é prioridade do governador porque se trata da estruturação do escoamento da produção, tanto do Piauí como dos estados vizinhos”, disse.

Segundo ele, todos os estados que construíram seus portos tiveram um desenvolvimento mais acentuado. O Piauí sai em vantagem por vários motivos. “O investimento que o Governo do Estado vem fazendo não se restringe apenas ao local. Em todo o seu entorno ações conjugadas e planejadas foram feitas para garantir o êxito dessa que é uma das mais importantes obras do Estado”.
Além disso, a experiência positiva dos vizinhos serve de lição. O reflexo do aprendizado mostra o investimento na malha rodoviária do Estado. O Piauí hoje possui mais de 5 mil quilômetros em rodovias, o dobro de quando tinha em 2003. A malha ferroviária também está sendo trabalhada com o exemplo da via Transnordestina e ainda a recuperação da malha que liga Luís Correia a Teresina.
Se isso não bastasse, o Porto de Luís Correia está contemplado no seu entorno (20km) com o projeto dos Tabuleiros Litorâneos que brevemente inaugura os 8 mil hectares de agricultura orgânica irrigada. Já funcionam 700 hectares experimentais com várias frutas. Indústrias de estados vizinhos já absorvem essa produção orgânica.
Um filão que o Piauí pode explorar associado ao turismo com as belezas naturais através do porto. Há um grande leque de opções; dos grãos, minérios e frutas e até flores, petróleo, cera. O Piauí e sua população ganham em todos os sentidos.
Localização estratégica
Localizado estrategicamente entre o Porto do Pecém, no Ceará, e o Porto do Estado do Maranhão, o Porto de Luís Correia só tem a lucrar com os vizinhos. De acordo com o secretário dos Transportes, o Porto de Pecém passou anos operando no vermelho e saiu do prejuízo exportando frutas de estados vizinhos, inclusive do Piauí.
“No Ceará, por exemplo, antes da existência do Porto de Pecém, o Estado era responsável por apenas 0,18% da exportação de frutas. Depois do porto, 16 anos depois, esse número saltou para 16%. Hoje o Estado do Ceará é responsável por 16% de toda a exportação de fruticultura do país. Aqui para o Piauí temos essa previsão, tanto na área de fruticultura como em outras áreas também”, afirmou o secretário.
No entanto, por lá os investimentos são outros. No entorno do Porto do Pecém será construído uma refinaria e uma siderúrgica. As frutas ficarão em segundo plano. “Esses investimentos são casados com a ampliação do porto, mas mesmo assim terão sua capacidade sufocada por esses investimentos. Então a alternativa mais viável será o Porto de Luís Correia, pois é o que está mais próximo”, disse.
Porto dá origem à ZPE
Com a construção do Porto de Luís Correia, o Piauí ganha também a Zona de Processamento de Exportação (ZPE), já aprovada pelo Ministério da Indústria e Comércio. As ZPEs são como áreas de livre comércio com o exterior, destinadas à instalação de empresas voltadas para a produção de bens a serem comercializadas com o exterior, sendo consideradas zonas primárias para efeito de controle aduaneiro.
Entre as suas principais finalidades se destacam atrair investimentos estrangeiros, reduzir desequilíbrios regionais, promover a difusão tecnológica, criar empregos, promover o desenvolvimento econômico e social da região e ainda aumentar a competitividade das exportações brasileiras.




Texto: Marcos Prado
Postado por: Jorge Alves ás 09:31

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