Como ex-funcionário do Sistema Antares de Comunicação, tanto na TV Delta de Parnaíba como na TV Antares em Teresina, tendo feito parte de todas administrações da emissora, e conhecedor dos profissionais que fazem a TV Picos na região centro-sul do Estado,
me sinto na obrigação de declinar a coluna Na Pressão em defesa daquilo que aprendemos dentro da TV Pública.
A TV Delta, por exemplo, foi inaugurada de forma ilegal pelo então governador Mão Santa que nem por isso tira o mérito dos profissionais dirigidos por Ayrton Alves que mantiveram no ar diversos programas, qualidade de sinal impecável e transmitiram, de forma inédita, os maiores eventos públicos do litoral do Piauí. Chega o governo de Hugo Napoleão e o diretor foi José Galas Filho, que com a mesma deficiência de equipamentos da gestão anterior, pois o que vinha pra cá era a sucata que ninguém queria mais em Teresina, diminuiu a programação, mas continuou mostrando a Parnaíba e revelou uma nova safra de valores da comunicação local que hoje despontam e concorrem em pé de igualdade com os ditos grandes do Piauí.
Entra o governo de Wellington Dias, a TV Delta é fechada e o povo da região litorânea fica refém da programação da rede estadual que pensa o Piauí apenas como sendo Teresina, após anos de espera é reinaugurada a “nova” TV Delta, com equipamentos modernos que além de abrir um novo leque de oportunidades para os profissionais do setor, deu à Parnaíba e região a visibilidade merecida não apenas para o Piauí, mas também nacionalmente, através do novo momento da TV Pública brasileira. A direção local do jornalista Marcelo Rocha sob o macro comando da jornalista Núbia Ramos (mais de dez anos de Globo) permitiram que o país inteiro visse as belezas da nossa gente e da nossa cultura, bem como recebeu, merecidamente, o título de melhor cobertura do país no rompimento da Barragem Algodões em Cocal, através da TV Brasil.
É preciso que se diga também que todo começo é maravilhoso, no meio do caminho as promessas de expansão, atualização de equipamentos, e a correção salarial foram ficando para trás. Hoje a TV Delta, vergonhosamente, não consegue chegar a UM TERÇO dos lares parnaibanos, mas os homens e mulheres que mantém a programação no ar e o dever de bem informar o telespectador cansado da antiga, prostituída e mal feita imprensa local, continuaram firmes, fazendo o impossível para que o compromisso com o telespectador fosse mantido.
Hoje o governador Wilson Martins chega a ser deselegante e mal agradecido com as declarações de que "o telespectador não tem motivos para ligar na TV Antares", mas esquece ele que os melhores profissionais de TV do estado estiveram na emissora e não foram mantidos, principalmente, pela instabilidade salarial. – Governador, me permita, o senhor não pode cobrar qualidade quando não investe em equipamentos e além de não remunerar bem, também não paga em dia!
Estamos na segunda semana do mês de dezembro e os funcionários destas emissoras não receberam sequer o mês de outubro trabalhado. O senhor Governador também não pode dizer que eles servem apenas “para sugar o dinheiro do governo”, quando antes da eleição pediu, através de seu vice, que vestissem a camisa, prometendo mundos e fundos aos funcionários que não tinham mais em que acreditar, senão na esperança de ao menos seus salários pagos.
Isso sim é vergonhoso, ver que profissionais que já fizeram coberturas jornalísticas corajosas, acompanhando ações policiais contra o tráfico, evidenciando absurdos administrativos e desmascarando aproveitadores da boa fé do povo, sejam tratados como qualquer coisa.
Wilson Martins deve um pedido público de desculpas aos profissionais da casa, pois se queria atingir os chefões da Fundação que o fizesse apontando nomes e não colocando todos na vala comum da incompetência. E caso dias melhores não venham pela frente para as TV's Antares, Delta e Picos, Wilson Martins terá em seu currículo a mácula de não ter a competência necessária para manter uma das mais respeitadas afiliadas da TV Brasil no país.
Francisco Brandão
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