A Polícia Federal desencadeou, ontem, em Parnaíba (PI) e Fortaleza (CE), a "Operação Ojuara", com a finalidade de prender integrantes de uma quadrilha - composta na sua grande maioria por parentes - especializada no tráfico de drogas que atuava no litoral piauiense há cerca de 25 anos, desafiando as instituições do Estado.
Segundo o delegado Lucimar Sobral Neto, chefe da Delegacia da Polícia Federal, em Parnaíba, a quadrilha já havia, inclusive, sido incluída no relatório da CPI do Narcotráfico, mas mesmo assim atuava na região. Diante dos fatos, a Polícia Federal intensificou as investigações em torno do grupo há cerca de seis meses, cujas provas serviram para embasamentos de pedidos de determinações judiciais, ou seja, 10 mandados de prisões, um mandado de apreensão de menor e 14 mandados de busca e apreensão que foram cumpridos. Vale ressaltar que durante a operação, foi apreendida uma pequena quantidade de drogas, mas não foi encontrado armas, mas as provas existentes como resultantes das investigações são suficientes para que o Ministério Público local apresente denúncia contra todos os acusados de envolvimento no bando.
O delegado Sobral Neto afirmou que o bando que tem como líder o elemento conhecido como "João Araújo" comprava drogas em Fortaleza e revendia em Parnaíba, criando uma nova rota, até porque a cocaína adquirida era procedente de outros estados e até de fora do Brasil, uma vez que o Ceará não tem histórico de produtor de cocaína. O produto é transformado em crack para atingir um outro público consumidor, devido o seu baixo valor no mercado.
O nome "Ojuara" se deve a inversão do sobrenome do líder João "Araújo" e também faz referências ao filme "O Homem que Desafiou o Diabo". Esse trabalho é mais um realizado pela Polícia Federal com a finalidade de reprimir o tráfico de drogas no litoral piauiense.
A operação foi iniciada por volta das cinco horas com policiais federais em ação em Parnaíba e Fortaleza. No litoral piauiense foram presos sete acusados, dentre eles, o "João Araújo" e a sua mulher conhecida como "Adriana" e quatro foram localizados em Fortaleza. Todos eles, após ser submetidos a exames de corpo de delito foram encaminhados para a Penitenciária Mista Fontes Ibiapina, em Parnaíba, onde ficarão aguardando uma decisão da justiça.
D. do Povo
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