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Opinião: SELEÇÃO: A “tragédia anunciada”



Por Miguel Dias Pinheiro* 

Por puro nervosismo, minha esposa tem o hábito de não assistir a jogos da Seleção Brasileira. E na Copa, então, pior ainda! Terminada a partida em que nosso selecionado foi “massacrado” pelo alemão, ditou-me uma conduta: “Pensando bem, Deus foi providente, foi zeloso com Neymar. Tirou-lhe da Copa para poupá-lo dessa vergonha nacional”. Religiosa, ela acha que tudo que ocorre conosco não é por acaso. Tem uma razão para a providência divina, para as coisas de Deus. Bom ou ruim, mas tem! 

Verdade! Com Neymar e Cia. a vergonha teria sido maior e mais grave ainda. Incomensurável, desmedida, incalculável, colossal,...! Ficou provado e comprovado que o Brasil não tem equipe para competir em pé de igualdade com as grandes potências do futebol. Na Copa, por exemplo, apesar do placar de 3 a 1, foi um sufoco vencer a Croácia. E ainda com um gol de pênalti discutível. Passamos pelos demais adversários com extrema dificuldade. E todas as equipes sem maiores expressões no futebol mundial. Nenhuma delas fora campeã do mundo.

No primeiro time campeão mundial pela frente, nossa Seleção caiu vergonhosa e descomedidamente. Para os mais experientes analistas esportivos, foi uma “tragédia anunciada”. Primeiro, à exceção de Neymar e de poucos, a Seleção Brasileira não tem uma formação para enfrentar selecionados bem treinados e organizados; segundo, porque sempre foi pessimamente mal escalada; terceiro, porque não treinava conjunto e variações de jogadas e de formas de jogar; quarto, porque tem um treinador incompetente, mal educado, midiático apenas; quinto, porque não teve maturidade para suportar a pressão de jogar em casa; sexto, porque não tem uma equipe equilibrada emocionalmente; etc., etc.

Além do mais, um selecionado sem um esquema de jogo definido. Basta verificar que, com a contusão de Neymar, o substituto dele – Bernard - no jogo contra a Alemanha foi comunicado pelo técnico Felipão que entraria em campo como titular horas antes do jogo. Um absurdo isso! O jogador não chegou nem a treinar um esquema de jogo. O país ficou perplexo! A seleção não chegou a treinar com aquela formação que entrou em campo contra os alemães. Inconcebível, por todos os aspectos! Portanto, era mesmo uma “tragédia anunciada”.

Ao se aproximar os jogos finais, mais cedo ou mais tarde, o Brasil passaria por essa decepção, por essa “catástrofe” no futebol – e, para nossa decepção, dentro de casa. Já sem Neymar, quando todos nós conhecemos como adversário a Alemanha na semifinal e que poderíamos enfrentar a Holanda ou a Argentina na final, que passamos a desconfiar da força da Seleção Brasileira. O técnico, por exemplo, não sabia quem poderia substituir o astro contundido. Conversou e desconversou porque jamais teve um esquema de jogo definido. Agia por intuição e dependendo do adversário a ser enfrentado. Foi assim nas classificatórias e na semifinal. Esta última, a fase mais decisiva. Um vexame, um “mineiraço” imperdoável!

O tricampeão Tostão, hoje comentarista esportivo em Minas, foi categórico: “É preciso mudar conceitos e diminuir a promíscua troca de favores que assola o futebol e o país. Se um ET assistisse ao jogo de ontem, sem saber em que país estava, sem conhecer a cor da camisa de cada seleção e tivesse detalhadas informações sobre a história do futebol, diria, após a partida, que o Brasil, o país do futebol, o da camisa rubro-negra, mostrou toda a magia, a técnica e a fantasia de seus jogadores, além de dar um show de talento coletivo”.

André Carvalho, analista esportivo, resumiu a “tragédia anunciada” do “mineiraço”: “A Seleção Brasileira construiu sua história e sua tradição com o jogo bonito. Um jogo em que não basta vencer, é preciso convencer, apresentar um belo futebol. Há muito, porém, a equipe nacional deixou de ter como característica a ofensividade, a magia, a fantasia. Neymar resgatou essa mística, mas estava sozinho e sem ele, tudo ruiu. A Seleção encontrou nas semifinais a Alemanha, esta sim uma equipe que sabe jogar o futebol bem jogado, e foi impiedosamente massacrada”.

"O Brasil foi humilhado", escreveu uma internauta do Rio de Janeiro. "Não dá pra fazer gol de honra sem honra", comentou um torcedor de São Paulo, desta vez pelo Facebook. "Fui ao banheiro, gol da Alemanha; fui pegar uma cerveja, gol da Alemanha; fui chamar meu filho, gol da Alemanha; fui atender ao telefone, gol da Alemanha; fui ver o gol da Alemanha; gol da Alemanha... Meu Deus, que coisa triste!", lamentou uma torcedora de Fortaleza. Não era replay, amigo(a), era gol da Alemanha!

Nas redes sociais, o Brasil se curvou diante da força alemã e da inoperância do seu próprio selecionado: “O massacre foi tanto que pareceu até algo que a gente já viu na TV”; “Aquela queda da menina que correu atrás do ônibus da seleção era a previsão de tudo!”; “A Alemanha nos pisou”; “Foi uma verdadeira surra, gente!”; “Violento demais!”; “Foi um tapa na cara dado pela Alemanha”; “O Brasil tombou em campo”; “No meio do jogo a gente até perdeu as contas de quantos gols a Alemanha tinha feito”; “Quase que o Neymar, mesmo lesionado, entrou em campo pelo vídeo game para marcar gols”; “Vai, Naza! Não deixa a Argentina ficar com a taça!”... E, por fim: “A Dilma tá puta com a Ângela”. Ah! Ao contrário de Dilma, a ‘mandona’ alemã deu sorte!

*Advogado

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