Josynna Carneiro da Conceição, detenta da Penitenciária Feminina de Teresina declarou que seu filho de dois anos contraiu uma grave doença de pele devido às condições a que se submete na cadeia. A mulher foi detida em 2011 quando estava com três meses de gestação e seu filho convive com ela na cadeia desde quando nasceu.
A denúncia ocorreu durante uma inspeção da Coordenação de Execução Penal da Defensoria Pública, no dia 09 de junho. Para o monitoramento, os fiscais da coordenação entrevistaram sete presas, das quais, o depoimento de Josynna se destacou.
“A criança apresenta uma visível doença dermatológica não diagnosticada pelos médicos que a avaliaram, havendo indicação de que decorre do trauma constante a que é submetida com a privação de sua liberdade e sem qualquer convívio com outras crianças”, diz a Coordenação.
Na vistoria, as detentas ainda declaram que quando vão fazer alguma atividade extra na penitenciária, são obrigadas a deixarem seus filhos aos cuidados das companheiras de cela. Afirmam, ainda, que as vacinas deles estão constantemente atrasadas e que em decorrência disso, e das condições inapropriadas dos alojamentos, os bebês acabam contraindo várias doenças.
Visto todo o material coletado pela vistoria da Coordenação de Execução Penal, a Defensoria Pública do Piauí, entrou com uma ação civil pública, com pedido de liminar solicitando que em 90 dias a Penitenciária transfira as mães/gestantes para um ambiente apropriado, com seus respectivos filhos e providenciem ginecologista, obstetra e pediatra para as detentas, visando que elas não se desloquem do presídio quando tiverem algum problema.
Se os pedidos não forem cumpridos pela penitenciária, o órgão poderá ser multado em cerca de R$ 25 mil, diariamente, enquanto não forem solucionados os problemas.
Na época da vistoria, havia seis detentas grávidas, duas parturientes e quatro crianças. No mês de agosto, o PortalODIA.com denunciou que tinham pelo menos dois bebês com poucos meses de vida sendo mantidos dentro de celas junto com as mães, em condições consideradas inapropriadas, na Penitenciária Feminina de Teresina.
O PortalODIA.com tentou falar com a diretoria da Penitenciária Feminina de Teresina e com diretor dos presídios, Wellington Rodrigues, mas conseguiu.

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