'Não estou arrependido', disse suspeito na delegacia em Manaus
Os irmãos Daniel da Silva Brandão, de 18 anos, e Valdo da Silva Brandão, 24 anos, são suspeitos de agredir até a morte o auxiliar de panificação João Isac Ismael da Silva, de 26 anos. A vítima, que era homossexual, foi assassinada na Zona Norte de Manaus em junho deste ano. A Polícia Civil disse que há indícios de homofobia no crime. "Não estou arrependido", afirmou um dos suspeitos na delegacia.
Segundo o delegado Luiz Rocha, os irmãos confessaram o crime em depoimento à polícia e relataram detalhes.
"O Daniel disse que estava em um pagode próximo à sua residência e disse que a vítima estava o assediando e o tocando. Ele disse que não gostou da situação e se retirou do local. Daniel disse que, quando estava próximo de casa, notou que era seguido e chamou o irmão Valdo. Foi então que eles passaram a correr atrás da vítima", disse o delegado.
De acordo com a polícia, os dois irmãos iniciaram uma série de agressões. Para a polícia, Daniel imobilizou o auxiliar de panificação, que ficou desacordado. Valdo teria aplicado golpes com pedaço de madeira na cabeça de João Isac.
"Após o crime, eles deixaram a vítima caída e foram para casa dormir como se nada tivesse acontecido. Em parte, também foi um crime de homofobia porque eles agrediram o rapaz por causa da sexualidade", comentou Luiz Rocha.
Valdo tinha sido preso em 2014 por tráfico de drogas e associação ao tráfico. Ele negou ter matado João Isac durante apresentação nesta quinta-feira (14), na Delegacia Geral. "Quem matou foi o Daniel, só fui atrás dele para parar de bater", afirmou o ajudante de pedreiro ao G1.
Já Daniel confessou ter agredido até morte o auxiliar de panificação. "Fui eu que matei. Só eu dei paulada. Não estou arrependido e dei várias pauladas mesmo", declarou Daniel Brandão.
A família da vítima rebateu as declarações de assédio dos suspeitos. A irmã da vítima, uma dona de casa de 35 anos, disse que João Isac era uma pessoa tranquila e dedicada ao trabalho.
"Meu irmão nunca faria isso, não iria assediá-lo. Isso é uma mentira. Mataram um inocente e que não fazia mal a ninguém. Só quero justiça", afirmou a irmã.
Daniel e Valdo foram indiciados por homicídio qualificado. Os dois serão levados para Cadeia Pública Desembargador Raimundo Vidal Pessoa, em Manaus.
Portalaz
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