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Palmeiras cobra de bebê: "saiu da barriga, pagou"

Torcedor ficou indignado quando funcionários a serviço do clube no Allianz Parque exigiram bilhete para o filho de 10 meses
”Saiu da barriga, pagou”. Foi com essa justificativa que funcionários a serviço do Palmeiras no Allianz Parque disseram que Rafael Medina não poderia entrar no estádio com seu filho de 10 meses para assistir à vitória Verdão sobre o Botafogo-SP por 1 a  no domingo, em jogo válido pelas quartas de final do Campeonato Paulista. 
O torcedor, que compareceu à partida com a esposa, a cunhada e o filho pequeno, ficou indignado com a “falta de sensibilidade” dos funcionários da arena palmeirense. Rafael chegou a ouvir que ali “não era local para bebê” e que “o jeito era voltar para casa”. Mas ele não fez isso. Discutiu, se revoltou e aos berros tentou achar alguém que estivesse vendendo ingresso – o que, segundo o próprio, foi “uma das maiores humilhações” pela qual passou na vida.
No fim das contas, a família, que havia chegado ao Allianz Parque com quase duas horas de antecedência para evitar filas, conseguiu assistir à partida porque uma funcionária deu um ingresso de forma escondida à esposa de Rafael a 10 minutos do pontapé inicial. O fato só aumentou a insatisfação do palmeirense com o tratamento recebido porque os funcionários “tinham como contornar o problema”.
Rafael Medina não apareceu ao estádio desavisado para assistir ao jogo. Ele só tentou repetir o que havia feito na estreia do Paulistão, contra o Audax, quando levou a mulher e o filho ao Allianz Parque e entrou sem problemas.
Mas, segundo a própria assessoria do Palmeiras, o estranho foi ele ter conseguido entrar no estádio com o filho na primeira vez. A política do clube não prevê isenção de ingresso a nenhuma pessoa, mesmo que ela seja uma criança de colo que não ocupe assento. A postura do Verdão é bem diferente dos outros gigantes da capital paulista.
O São Paulo permite a entrada no Morumbi de qualquer criança até sete anos, basta que ela esteja acompanhada de responsável e apresente documento. Já o Corinthians libera a entrada de pessoas até 11 anos. Para isso, é necessário que ela esteja cadastrada no site do Fiel Torcedor e que seja feita uma reserva do ingresso para o jogo desejado em nome do menor. Sem isso, é proibido o acesso à Arena.
No entanto, a determinação da diretoria do Palmeiras está respaldada pelo Direito do Consumidor. “Não existe nada que estabeleça idade mínima para cobrança”, afirmou a assessoria de imprensa do Procon-SP.
Pegou mal
O caso de Rafael – e de outras cinco famílias que passavam pelo mesmo problema na entrada em que estava no estádio – não teve boa repercussão. Tanto que o desabafo feito pelo palmeirense no Facebook rendeu uma ligação e um e-mail de Marcos Costi, que trabalha no setor de comunicação do clube e tentou se desculpar. Mas o torcedor quer que a retratação parta de outra pessoa. 
“Não quero desculpas dele, não quero vantagens, nem nada. Quero desculpas do (presidente) Paulo Nobre. Pode ser por escrito, não ligo, mas quero que ele saiba do que aconteceu”, afirmou Rafael. 
Fanático pelo Palmeiras, Rafael Medina não deixará de frequentar o Allianz Parque. Mas, agora, tem certeza de que fará isso sozinho. 
“Não vou pagar R$ 60 para o meu filho entrar. E sem ele, minha mulher também não irá ao estádio. O Palmeiras não está incentivando a família a ir ao estádio. Enquanto eles dão benefícios para as uniformizadas, as famílias não são incentivadas”, protestou.
Gustavo Mesa

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