Foto: Lula Marques/ Agência PT |
O procurador-geral da República Rodrigo Janot pediu ao ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, que sejam tomados os depoimentos do presidente nacional do PSDB, o senador Aécio Neves, sobre a existência de um suposto esquema de corrupção em Furnas. Caso Gilmar autorize o pedido, será a primeira vez que Aécio irá depor aos investigadores do caso Furnas. As informações são do jornal Estado de S. Paulo.
Também foram pedidos os depoimentos do ex-ministro José Dirceu, do ex-senador e delator Delcídio Amaral (ex-PT/MS) e do ex-secretário-geral do PT Silvio Pereira. O caso de corrupção na estatal de energia veio a tona em 2005, na CPI Mista dos Correios, por meio do ex-deputado e delator do Mensalão Roberto Jefferson.
Em dezembro do ano passado, Aécio depôs à PF em outro inquérito, no qual é investigado por supostamente atuar para “maquiar” dados da CPI Mista que poderiam implicar tucanos.
Janot protocolou o pedido no STF na última quinta-feira (23) no inquérito que apura as suspeitas de que Aécio teria se beneficiado de um esquema de corrupção na estatal.
O procurador-geral quer apurar a versão apresentada pelo delator e lobista Fernando Horneaux de Moura, que disse ter sido informado por Dirceu, em 2003, do pedido de Aécio a Lula para que o então diretor de Engenharia de Furnas Dimas Toledo fosse mantido no cargo. Na ocasião, Dirceu exercia o cargo de chefe da Casa Civil do governo Lula.
Amigo de Dirceu, Fernando Moura participou das discussões com o então ministro e o secretário-geral do PT na época, Silvio Pereira, sobre o loteamento de cargos do governo federal, incluindo as diretorias das estatais, como a Petrobras.
Moura contou aos investigadores que foi avisar Dimas Toledo, suspeito de operar o esquema de propinas em Furnas, de sua permanência no cargo na época e que teria sido avisado por ele que haveria uma divisão de propina.
De acordo com o delator, a propina seria dividida um terço para o PT nacional, um terço para o PT de São Paulo e um terço para Aécio.
A investigação contra Aécio foi aberta em maio de 2016, com base na delação de Delcídio Amaral, que afirmou que “sem dúvida” o tucano teria recebido propinas no esquema de corrupção na estatal de energia, que teria funcionado nos moldes do que ocorreu com a Petrobras.
Em nota, Aécio Neves afirma que pedidos de prorrogação de prazo em procedimentos investigatórios são rotina e que sua oitiva está prevista desde o início do procedimento. Veja a nota do senador do PSDB:
"Pedidos de prorrogação de prazo em procedimentos investigatórios são rotina. A oitiva do senador, como é praxe, está prevista desde o inicio do procedimento. As diligências requeridas não guardam relação com o senador, uma vez que se referem apenas à solicitação de cópias de documentos da empresa e oitivas de membros do PT. O senador Aécio Neves é o maior interessado na realização das investigações porque o aprofundamento delas provará a absoluta correção de seus atos."
Fonte: Jornal do Brasil
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