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Prefeito de Cocal é investigado por suspeita fraude em licitações

segunda fase da Operação Escamoteamento mirou no núcleo político da organização criminosa acusada de fraudar licitações no município de Cocal. As investigações apontam o envolvimento de servidores públicos municipais no esquema e do prefeito da cidade, Rubens Vieira (PSDB), que está sendo investigado por participação nas fraudes.
Polícia Civil, a CGU e o TCU atuam conjuntamente na investigação (Fotos: Assis Fernandes / O DIA)
De acordo com a promotora Luana Azeredo, responsável pela investigação, três servidores de Cocal foram presos. Raimundo Nonato Ribeiro Franco Primo, John Brendan Brito Oliveira - membros da Comissão Permanente de Licitação de Cocal - e Rodolfo Rodrigo Cardoso e Silva, que teria vínculo direto com o prefeito, recebendo propina e repassando ao gestor.
Os nomes foram delatados pela empresária Ana Carolina Portela, presa na primeira fase da operação, em Abril. Ela ainda está detida e assinou acordo de colaboração premiada com a Justiça.
As investigações apontam que os presos nesta fase, enquanto responsáveis pela elaboração dos editais de licitação em Cocal, criavam cláusulas que favoreciam as empresas envolvidas no esquema. "Quando alguma empresa que não fazia parte disso entrava na concorrência, eles simplesmente suspendiam o edital enquanto negociavam propina, ou então faziam ela desistir da licitação. Havia um claro direcionamento do processo licitatório para as empresas fantasma que operavam no esquema", explica a promotora Luana.
Os valores das propinas oferecidas variavam de acordo com a posição que a empresa ocupava na hierarquia da organização. Por exemplo, os CNPJs que dessem mais retorno ao grupo geralmente recebiam mais no esquema.
O Gaeco evitou divulgar valores porque a investigação segue em curso, mas segundo auditores do TCU, a movimentação da quadrilha ultrapassa os R$ 18 milhões em desvio, contabilizados desde a primeira fase da operação.
Três pessoas ainda estão foragidas: Jefse Rodrigues Vinute, secretário municipal de Saúde de Cocal e ex-membro da comissão permanente de licitação do município; Francisco Elânio Moreira de Arruda, empresário, dono da Imediata Construções; e Lindomar Sousa Nunes, empresário e dono da LJ Construções.
Para a superintendente da Controladoria Geral da União no Piauí, Érica Lobo, as prisões dos servidores públicos em Cocal demonstra a fragilidade das instituições do poder público não só no Estado, mas em todo o país. "Vivemos um momento em que ações como esta são necessárias porque a máquina pública muitas vezes é usada para mascarar ações ilegais. A atuação dos órgãos de fiscalização reside justamente em investigar e colocar punições para evitar que essas ilicitudes se espalhem e se perpetuem", pontua.
O outro lado
O Portal O DIA tentou contato com o prefeito Rubens Vieira por telefone, mas não conseguiu falar com ele até o momento.
Maria Clara Estrêla

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